terça-feira, 30 de junho de 2009

A “fada verde” voltou.



Varrido da face da Terra durante algumas décadas de séculos passados, o absinto volta a ser comercializado no Brasil. De qualquer modo vale lembrar que a bebida é considerada como a que mais apresenta teor alcoólico no mundo.



O destilado do Absinto foi inventado pelo Dr. Pierre Ordinaire (1741-1821, que dessa forma se redimiu do nome que herdou), médico francês exilado em Couvet, na Suíça, corria o ano de 1792. O seu objetivo seria inventar uma poção digestiva. Porém, quando poucos anos mais tarde adicionou álcool à formula de absinto, anis, funcho, hissopo, e outras ervas aprimorantes do seu sabor, para potenciar o seu efeito (pois claro;), criou a bebida que viria apaixonar e animar os prolíferos meandros artísticos parisienses do final do séc.XIX e princípio do séc. XX, onde se tornou célebre e conhecida internacionalmente. Infelizmente, o Dr. Ordinaire ainda viveu para ver a sua bebida ser proibida.

O absinto, se tornou a bebida mais popular durante o período do século XIX. Várias pessoas acham que, o absinto era um ótimo potencializador de criatividade, por ele ser afrodisíaco. E devido a seus supostos efeitos alucinógenos, o absinto ficou conhecido popularmente como: A Fadinha Verde ou Fada Verde.



A diabólica infusão de ervas cor de esmeralda tornou-se uma lenda etílica ao fazer a cabeça dos principais artistas da belle époque, conquistados mais pelos efeitos que provocava do que por seu amargo sabor de anis.

Por volta de 1910, o principal ingrediente da poção – uma planta alucinógena de nome Artemisia absinthium – foi apontado pelos moralistas da Europa como responsável por alucinações, surtos psicóticos e até mortes. O resultado foi sua proibição.
Que outra justificativa além do absinto poderiam encontrar para o comportamento excêntrico de Van Gogh, consumidor fiel da bebida? E como explicar o turbilhão criativo que percorria os neurônios de Picasso, Toulouse Lautrec, Oscar Wilde, Paul Verlaine, Baudelaire e Rimbaud?



O absinto virou artigo de tráfico, comercializado no câmbio negro em quase todo o velho continente. Hoje, a produção legal da esmeralda engarrafada é restrita à República Tcheca e Portugal, de onde começa a ser importada.

Para ser admitida no Brasil, teve sua gradação alcoólica diminuída de 57% para 53,5% – isso mesmo: mais da metade é álcool puro, uma paulada. Tudo porque a legislação brasileira não permite gradação superior a 54 graus. Apesar de a porcentagem original ser de 68%, o absinto continua sendo a bebida mais forte do mundo. Tão forte que a sutil diferença entre as versões portuguesa e brasileira passa totalmente despercebida. Seus goles amargos chegam a provocar repulsa se bebericados em estilo cowboy. Não é de se espantar que, após duas ou três doses, as paredes do bar assumam um fantástico aspecto esverdeado, composto com pinceladas expressionistas...

Poção mágica
Hipócrates, o pai da medicina, costumava receitar uma planta chamada Artemisia absinthium para tratar anemia, asma, reumatismo e cólicas menstruais.
Em 1792, um médico francês de nome Pierre Ordinaire se surpreendeu ao encontrar, nos campos suíços, a famosa espécie que aparecia em seus livros. Começou a fabricar uma poção composta por 16 ervas, dentre as quais camomila, melissa e anis. Como a principal era o absinto, seu nome foi dado à droga. Não demorou para Ordinaire descobrir que o efeito da mistura poderia ser potencializado em solução alcoólica. Mais precisamente 70% de álcool e 30% da infusão de ervas compunham o elixir.
O principal princípio ativo do absinto é uma substância tóxica chamada tuiona, capaz de manter as células cerebrais em permanente estado de excitação. Tuiona em excesso pode provocar convulsões e até falência do fígado, além de conferir à bebida seu caráter alucinógeno.
Hoje, a porcentagem da toxina presente na artemísia é controlada pela União Européia e foi diminuída 26 vezes. Água, açúcar, anis verde e corante juntam-se ao álcool e à infusão de ervas na fórmula do destilado, além da artemísia, entram na infusão sementes de funcho, hisopo e erva cidreira.



Curiosidade:
O absinto tornou-se proibido na França e no mundo em 1915, pelo fato de que não havia informações sobre a planta: Artemisia absinthium, e sobre seu princípio ativo “Thujone“.

O que é Thujone?
Thujone é o princípio ativo da mistura das seguintes plantas: Artemisia absinthium e Artemisia pontica. O Thujone em altas quantidades pode ter efeitos alucinógenos. Hoje a quantidade máxima permitida pelo Conselho da Europa e Ministério de Saúde do Brasil é de 10 mg/kg.
Efeito Louche
Como descobrir se o Absinto que você bebe é de boa qualidade?
Isso é simples, darei a dica.
O absinto contém terpenos, óleos essenciais das plantas utilizadas. Estes óleos são solúveis no álcool, portanto invisíveis no Absinto engarrafado. Ao adicionar gelo ou água gelada no Absinto, diminuímos seu teor alcoólico e sua temperatura, tornando os terpenos insolúveis, e eles aparecem na cor verde fosforescente. O efeito visual da mudança da cor, chamado de: Louche, certifica que o seu absinto é de ÓTIMA QUALIDADE, por possui as plantas originais em grande concentração.

O Ritual Bohemian

Tradicionalmente, o consumo de absinto cumpre um ritual. Água gelada é vertida lentamente sobre um copo com a bebida, atravessando uma colher perfurada que sustenta um torrão de açúcar.



Drinques foram recentemente criados para homenagear os mais célebres apreciadores do mito, como Hemingway (duas doses de absinto diluídas em uma taça de champanhe com gelo) e Monet (uma dose de absinto e duas doses de soda misturadas com hortelã amassado e gelo). José Maria Meira, chef do Restaurante Limone, resolveu testar o sabor da bebida em seus pratos. Concebeu um cardápio especial, utilizando o absinto em patês, molhos para salada e até em pescados. O prato cativa pelo contraste entre o sabor adocicado das maçãs e o amargo sumo da fada verde.

O Absinto é uma bebida sagrada, possuindo um grande encanto na hora de sua preparação. Por esse motivo, é necessário uma mão firme e uma boa conduta na hora de derramar o “elixir engarrafado” no cálice.
O que você precisará:

1. Uma garrafa do seu Absinto favorito. (Recomendo o absinto Camargo, de produção Nacional. Com certeza, o melhor do mercado brasileiro. Possuindo em sua composição a originidade da Artemisia e com 54% de teor alcoólico.)
2. Um cálice – nomeado de portarlier de vidro. Porém, não há nenhum problema se for feito num copo de plástico.
3. Uma colher tradicional do ritual do absinto – nomeada de absinthe spoons. No entanto, não há nenhum problema se for feito num garfo.
4. Uma jarra de puro gelo ou água fria – denominado como absinthe fountain’.
5. Açúcar em cubos.
6. Uma (1) caixa de fósforo ou isqueiro.
Agora que você conseguiu a lista, vamos para 2ª parte do ritual. Descobriremos, agora, a mágica que é fazer o ritual bohemian…
Se você preferir mostrar este encantamento para seus amigos, chame-os, não haverá nenhum problema. Mas, se quiser fazer sozinho, okay. Continuando…
Sente-se confortavelmente na sua cadeira e, observe o absinto por alguns minutos, respire profundamente e libere todos os problemas de sua cabeça. Essa etapa frequentemente é esquecida por alguns, mas, descobrimos que ela é essêncial no ritual e é capaz de aumentar em 10x o prazer, no momento de beber o absinto.
Uma vez que sua mente e corpo estão à vontade, coloque a sua colher com um cubo de açúcar sobre a boca do cálice, e adicione 30ml do absinto (Não esquecendo de derramar o Absinto sobre o açúcar). Agora, pegue o seu fósforo ou isqueiro e põem fogo sobre o cubo de açúcar. Você irá notar a magnitude das chamas, focalize seus olhos no fogo e fique atento.
Quando o fogo diminuir ou apagar-se derrame o torrão de açúcar caramelizado dentro do cálice, onde se encontra os 30ml de absinto. Agora, coloque 90ml de água fria c/ gelo e misture bem o açúcar torrado, os 30ml de absinto e os 90ml de água fria c/ gelo.
Agora, feche os seus olhos… Levando o cálice sobre os seus lábios, beba o elixir das fadas. Depois abra os olhos lentamente... e aguarde a Fada verde vir ao seu encontro...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vouyerismo II



Da rua, me chego à janela
e vejo o belo descendo a escada,
ele não fala.
De repente, ele Pressente:
- tem olhos aqui na sala.
E eu estou tão perto - sem fala.
Decerto, ele me ignora - por hora.

Pelo vidro da janela barroca
via o belo despidamente inundando a sala.
Descendo a escadaria fria
Que será que ele pensava?

Deslisava nos degraus com tanta graça
aquecendo e cintilando
Saberia que eu viria?
Estaria me esperando?
E de propósito fingia
que me ignorava?

Toda aquela beleza nua me ofuscava
fazendo-me escrever na cabeça
versos diversos,por observar tanta graça.

Sabia que eu iria
Para num futuro de poesia
Rirmar os seus com meus
dispersos em versos
queimarmos juntos no lume
a fantasia.

Safado...
ele me via.
e debandei - o medo me acometia.
Correu rapidamente pra janela - ao meu encontro.
Mais eu corria.

A força abriu a janela,
E ele soltou a fala:
quero que a sua fantasia seja real
e na minha sala.

E eu, que aquela rua descia
sorria pra Éolo - o vento
que, de tempos em tempos
ali novamente me soprava.

Perceba: imaginavas que nunca saí daquela sala...
é óbvio, assim como a luz clara.
nunca colocaram cortina
e minha jóia se tornou rara.
E nada de acabar por aí
não haverá rotina
enquanto houver vidro na sala.

by reubens, jun 29/06/2009

Prefiro não comentar...



Navegando pelas inúmeras possibilidades de encontrar lugares e coisas diferenciadas na internet, deparei-me com um tipo de mídia que me chamou a atenção. Talvez porque fosse tão direta e explicita que era tão facil de ser compreendida - apesar de estar escrito em inglês.
É uma boa propaganda. Explica, desvenda, interage. Enfim...tirem suas conclusões.

Obs.: para melhor observar, clicar na figura.